terça-feira, 17 de abril de 2012

Um vento no caminho.


Por uma ladeira de pedras a água descia.

Por entre as lacunas da derrota fluía torto.

Percorria caminhos incertos e nunca sorria.

O céu era sempre escuro, e assim se via morto.

Mas com perseverança recuperou a energia.

Para remar mais um pouco até o porto.


A noite chegou e o frio veio.

A memória fez questão de lhe lembrar.

Dos acontecimentos mais esdrúxulos da época do materno seio.

Por onde tivera que se preparar para crescer.

E largar o freio.


Mas das pedras a cabeça também lembra, que por causa delas se pode morrer.

Por isso vem e vai num solavanco.

Que me empurra todo abaixo e me faz sofrer.

Eu tenho é medo que das idéias fique manco.

Por isso então o mundo não quero ver.


Assim desce a água morro abaixo, contornando, virando e relevando.

Pedaços, buracos e pedras do caminho.

Cantando como o vento que vai uivando.

Consertando o que estava em desalinho.

E assim seguir lutando.

Ó pequeno riachinho.

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