terça-feira, 24 de abril de 2012
Castelos de tolo.
Dos algodões do céu o sinal de luz intensa.
Do farolete que acende uma chama.
Faz a mente achar que pensa.
E amar quem não se ama.
Mas com o medo da nuvem densa.
Logo se revela a grande trama.
Daquele que espalha a ofensa.
E atola todo mundo na lama.
Raios e trovões, chuvas e a forte tempestade.
Relâmpagos da raiva armazenada.
Dos que perderam a divindade.
E estão fadados à derrocada.
Buscam abrigo nos castelos da idade.
Onde possa a vida ser adorada.
Raiva essa que deixa saudade.
Na eterna chama transtornada.
Complexo é o castelo.
Com seus muros infinitos.
E com tudo que é mais puro e belo.
Sua história guarda os ritos.
Da antiga história de um elo.
Num passado onde viveram os mitos.
Sobe e desce a escadaria.
Puxa, empurra, roda e pula.
Busca então a hospedaria.
Guiando com calma a sua mula.
Chega então à casa de alvenaria.
De um ser de linguagem chula.
Que de sua boca só contava causo, lembrando de algo que nunca mais encontraria.
Passou assim pelo pedante.
Pisou o mais alto pedaço de nuvem, avistando assim o grande castelo forte.
Se dividia em muitos outros, mostrando uma cena acaxapante.
Temeu que chegara a hora da grande morte.
O momento da vida mais aterrorizante.
Pois sua alma se equilibra na sorte.
Da moral tranqüilizante.
Some assim mais um peregrino.
Distante da terra e de toda gente.
Pois de onde veio entoam um hino.
Que lhe deixa diferente.
Embora agora nada mais lhe sirva de consolo.
Pois os sentidos sumiram juntamente.
Com a visão do ouro de tolo.
Castelos sumiram com a força da mente.
Do antigo e saudoso Manolo.
Agora louco e demente.
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