sábado, 24 de março de 2012

Alma Forte.

Um bravo e retumbante.

Na vida venceu.

Com vontade de aspirante.

Jamais enfraqueceu.

Atitudes de um menino.

Cujo instinto nos guiou.

Pelos caminhos por onde passou o chão floresceu.

Com suor e labuta deu conta de seu destino.

Deixando pra trás, não pro passado.

Mas para um presente de garra e força, onde a esperança dá o tino.

Com Deus esteve, e sempre estarás, pois aqui na terra sempre serás lembrado.

Ao Bravo Roberto, o Alma Forte.
Bambolê.

De um lado para o outro, girando e rodando.

Pra frente e pra trás. De um lado e de outro.

O movimento de controle que faz tudo girar.

O sol, a lua e todos os astros da minha da minha galáxia se ofuscaram.

Como se um enerme buraco negro de ódio os estivesse engolindo.

Por que as ondas do mar simplesmente não param de chegar?

Mas eis que um dia o bambolê se parte e estatelado no chão eu fico rindo.

Será que se perdeu a capacidade de amar?

Ou o mundo por mim acabou agindo?

A maré subiu ano após ano.

O tédio virou soberano.

E o destino pra mim acabou sorrindo.

As coisas mudam, ó parnasiano.

sexta-feira, 23 de março de 2012

Mafagafos da cabeça.

No ninho do seio materno, um pintinho respirou.

Mamãe no puleiro ficou em alerta.

No topo da montanha uma avalanche começou.

Mafagafo vai ladeira abaixo de boca aberta.

Uma grande e reluzene estrela no céu sua luzes ascendeu.

No chão da moralidade o universo captou.

Com a astúcia do perito a ação se deu.

Para cobrar o destino que ele criou.

Papai é o entrave com sua moral reta.

A mamãe que era segura, agora tropeçou.

A vontade extrema se fez direta.

Pintinho no ninho deixa a lembrança.

Mamãe e papai não existem mais.

E o mafagafo agora vai encher, do povo, a pança.

De histórias, folclores e muita paz.

quinta-feira, 22 de março de 2012

Há música entre-dedos.

Corações palpitam.

Sempre se vai para algum lugar.

Energia sobra, que apenas faz jorrar.

Momentos de pânico, fúria e indignação.

Uns dizem sim, mas eu digo não.

Para um guia completo da vida.

Onde nada é por acaso, mas há coisas que extrapolam.

À incerteza compremos então, uma passagem só de ida.

Lugar no qual alguns vão depois que acordam.

Para mexer na ferida.

Engolindo assim em seco, tomado pela insegurança.

Frases geniais que se perdem ao vento.

Perco, todinha, a minha pujança.

Que a cada dia eu não mais me agüento.

Mas a música não morre, jamais.

Reverbera nos ecos alheios como um ungüento.

Para lembrares de que na sua vida há um cais.

Onde pode reabastecer-se de alento.

quarta-feira, 21 de março de 2012

Decisões.

Os momentos são exigentes.

Procuram por quem os ouça.

Ditam o ritmo dos acontecimentos.

Quem ouve sabe. Consegue entender.

Figuram entre as coisas mais importantes da vida.

Precisam de carinho, amor e sabedoria.

São sempre autênticos e nos livram do passado obscuro.

Ou fazem pensarmos ainda mais nele.

O que fazer quando o momento está chegando?

As decisões podem nos escapar pelos dedos.

Assim como os momentos.

Podem pertencer a outros.

Se a dúvida perdura, os momentos podem criar um passado de amargura.

Se não existisse, poderia se tranformar num futuro, também de amargura.

Como perceber que o momento lhe pertence?

Como saber se ele não é de outro?

Proclama-se senhor de si aquele cuja coragem define qual será o seu momento, como uma águia que escolhe a hora do razante.

Os momentos estão pairando no ar para o primeiro que os pegue.

E eles não flutuam para sempre.
O passatempo.

Cúmplices de uma paixão inevitável.

Chamas de um fervor inesgotável.

Com direção e sentido, a onda vêm de uma fonte inexpressiva.

A solidão consegue provocar.

Entorpece os sentidos.

Engole os corpos, que dóceis afagam tudo o mais à sua volta.

É a mais pura das centelhas que em uma faísca repentina, num sopro da vontade, busca consumar-se em ato.

O flagelo está curado.

A fissura fica na memória e a solidão por pouco tempo se esvai, como um vento turvo que passa ao longe.

Assim então, a noite cai e o dia fica esmagado, esperando o momento de um novo passatempo.

terça-feira, 20 de março de 2012

O trem da perdição.

Ão Ão Ão...venha à mim a compulsão.

Mãos frágeis, reféns da vontade desenfreada.

Leão que tudo engole, sem mastigar, pedaços de pura indefinição.

Sem resmungar, assegura que nada faltará ao vagão da vida descarrilhada.

No trem que lhe acomete, na velocidade da luz.

Satisfaz o momento.

Sacia o vazio, que assim o seduz.

Não brinca, não espera, não freia.

Vai entrando sem pedir a permissão.

 E indo ao foço lhe estende a mão.

Ão, Ão Ão...vou contigo compulsão.
Encontros.

Impetuosa é a certeza de uma vitória.

Transborda em detalhes, com equilíbrio atroz.

Sabedoria do instinto humano, que faz como lhe compraz.

Que na flecha do destino percorre os infindáveis caminhos do prazer e da glória.

Na vontade de vencer e na insensatez da derrota.

Os encontros lhes fazem crer que um dia você estará no meio do caminho, ou muito perto do fim.

Mas quem sabe não é o começo de tudo?

Ahh...

...os encontros.
Novamente.

Lá está, chegando cada vez mais perto.

O medo toma conta.

O desespero cresce.

Os olhos esbugalham.

O corpo estremece.

A vontade muda.

Fico imóvel.

Novamente.

segunda-feira, 19 de março de 2012

Fome.

Pedra feita de papel, que se enche de ar, como um balão da sobrevivência.

Se adapta o vampiro, com a marca da vergonha emplacada no corpo, do que nada teve culpa.

Sua natureza o condena.

A culpa de um mundo ele carrega como se fosse sua.

Um trabalho árduo e duradouro.

Se consome em si.

Se enclausurando na concha dura da amargura.

Mas que um dia se abre para dar vazão à grande fome novamente.

Ela não cessa.

O Corujo.
O Corujo.

Vigilante das noites.

Avista de longe, lá no horizonte, a claridade do dia que o amedronta e o apavora.

Cujo poder pode mostrar ao mundo a face do vampiro.

Perdura noite adentro com seus olhos abertos, ansiosos para se fechar, mas que uma força incomensurável os mantém ligados.

Corujo ansioso de ter a própria ansiedade. Se coloca numa roda gigante de emoções e pensamentos, que lentamente lhe consomem noite adentro.

Faminto, angustiado por uma vontade imensa de dormir, de consumir-se em sono profundo. Fome que não o deixa ser gente.

Empoleirado nos galhos do ócio, idéias vão e vêm, como dias e noites. Pensamentos que se repetem, como dias monótonos de um trabalho repetitivo e laborioso. Sem aparente mudança.

O turbilhão de sensações lhe entorpece a mente e o corpo sente. Fica imóvel, sem chance de reagir à sua própria profundidade interna.

Pequeno Corujo. Vórtice de uma imensidão permanente que lhe consome num redemoinho sem fim.

O Corujo.