segunda-feira, 2 de abril de 2012

Meia Lua.


Lua, com a lua que lhe falta.

Metades separadas pelas facetas da natureza.

Acompanha de cima a meninada peralta.

Que brinca com a vida com tanta esperteza.

Ilumina os caminhos dos que não sentem falta.

Pois vivem sob o véu da noite seus momentos de safadeza.

Assim, com os olhos arregalados, o corujo observa atentamente.

Momentos obscuros de pura malícia e destreza.

Dos homens decididos a entorpecer a mente.

Com tudo aquilo que vai à cama e à mesa.




Se brinca então, de infância perdida.

Sobre os ventos gelados da covardia.

A cada instante uma pedida.

No desejo de não sentir o calor da luz do dia.

Que traz consigo a ressaca prometida.

E logo depois a certeza da infindável melancolia.




Some de vez assim a lua.

E logo atrás seu nobre esbugalhado.

Que não tem uma casa pra chamar de sua.

Mas que em si consegue ficar ancorado.

Perto de si e longe da rua.

Que poderia ter-lhe dado a fama de ultrassado.

Com sua vida nua e crua.

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