O Corujo.
Vigilante das noites.
Avista de longe, lá no horizonte, a claridade do dia que o amedronta e o apavora.
Cujo poder pode mostrar ao mundo a face do vampiro.
Perdura noite adentro com seus olhos abertos, ansiosos para se fechar, mas que uma força incomensurável os mantém ligados.
Corujo ansioso de ter a própria ansiedade. Se coloca numa roda gigante de emoções e pensamentos, que lentamente lhe consomem noite adentro.
Faminto, angustiado por uma vontade imensa de dormir, de consumir-se em sono profundo. Fome que não o deixa ser gente.
Empoleirado nos galhos do ócio, idéias vão e vêm, como dias e noites. Pensamentos que se repetem, como dias monótonos de um trabalho repetitivo e laborioso. Sem aparente mudança.
O turbilhão de sensações lhe entorpece a mente e o corpo sente. Fica imóvel, sem chance de reagir à sua própria profundidade interna.
Pequeno Corujo. Vórtice de uma imensidão permanente que lhe consome num redemoinho sem fim.
O Corujo.
Esta é a sensação. Mas tem saída, o mundo não é Kafkaniano, é muito mais como descrevia Eça. Leia Eça durante a insonia, será a melhor diversão da vida.
ResponderExcluirMuito bom! Espero que continue em seus mergulhos internos e permita que seus sentimentos e pesamentos submerjam, sintam o efeito da luz. O caminho parece clarear e o sentido a tomar forma, expor a busca de se perecber uma alma humana.
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